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Energia das mãos : O despertar da magia Helena Blavatsky

Em 1880, no Sri Lanka, Blavatsky e Olcott realizaram a cerimônia de “tomar Pansil”, os cinco preceitos budistas leigos, também refugiando-se em Buda, Dharma e Sangha.

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Instituto IDG

Transformação social por meio de ações socioeducativas socioculturais Realização de cirurgias plásticas reparadoras em vítimas de violência doméstica.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Fisiologia Renal

 

Rins

Rins são estruturas responsáveis pela formação da urina. Apresentam formato de feijão, e, neles, analisando-os internamente, é possível perceber duas regiões: o córtex e a medula.


Os rins são os órgãos do sistema urinário responsáveis pela formação da urina. Apresentam um formato que lembra um feijão, e possuem um tamanho compreendido entre 10 cm e 13 cm de comprimento e peso de 120 g a 180 g.

Externamente, percebe-se que o rim é revestido pela cápsula verdadeira, pela gordura perirrenal e pela fáscia renal. Internamente, percebe-se duas porções distintas, o córtex e a medula, regiões onde estão os néfrons, unidades funcionais dos rins.

Órgãos vitais para o funcionamento do nosso corpo, os rins merecem atenção. Entre os principais cuidados que devemos ter com eles estão: ingestão de água e redução do consumo de sal. Os cálculos renais e a insuficiência renal são alguns dos problemas que os acometem.




Anatomia dos rins

Os rins são dois órgãos que fazem parte do nosso sistema urinário. Estão localizados na região lombar, acima da cintura, um em cada lado da coluna vertebral. O rim direito normalmente é menor que o esquerdo e está em uma posição um pouco mais baixa.

Possuem o formato de feijão, com uma borda convexa e uma borda côncava. Na região côncava, encontra-se o hilo, uma espécie de fissura pela qual passam vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, e a pelve renal (porção dilatada do ureter).


Funções:

  • Filtração do sangue;
  • Regulação do líquido extracelular, eliminando-o para que o volume normalize, e da pressão sanguínea;
  • Regulação da osmolalidade: controlando a concentração de eletrólitos e solutos;
  • Manutenção do equilíbrio iônico: mantendo a concentração adequada dos íons;
  • Regulação do pH: controlando a acidez do plasma. Se esse estiver ácido, trabalha removendo H+ para que a concentração de HCO3- sobressaia. E se estiver alcalino é necessário conservar H+ para a manutenção do equilíbrio de potencial hidrogeniônico do plasma;
  • Excreção de subprodutos metabólicos que possam ser tóxicos para o organismo;
  • Apesar de não serem glândulas, os rins produzem e secretam alguns hormônios, como a eritropoetina, que atua regulando a produção de glóbulos vermelhos, e a renina, que atua na regulação da pressão sanguínea a partir do sistema renina – angiotensina II – aldosterona.

Reabsorção e secreção

Após passar pelo processo de filtração, o filtrado glomerular segue o caminho por outros ramos do néfron: túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal, túbulo coletor e ducto coletor, até, finalmente, ser excretado em forma de urina.

Imagem 4 – Fonte: Toda Matéria

A quantidade de soluto excretada é justamente o resultado da soma da quantidade de soluto filtrada mais a quantidade de soluto secretada, subtraindo-se a quantidade de soluto reabsorvida.

Como visto anteriormente, apenas 1% do líquido filtrado é excretado, o restante é reabsorvido.

A secreção difere-se da filtração por ser um processo mais seletivo.

A reabsorção tubular ocorre tanto por mecanismos ativos quanto passivos.

Os mecanismos ativos incluem o primário e o secundário:

  • Primário: é um mecanismo acoplado diretamente à fonte de energia, como a bomba sódio – potássio de adenosina trifosfatase que funciona ao longo da maior parte do túbulo renal. Além da reabsorção de íons sódio, assunto que abordaremos mais à frente. É responsável por mover os solutos contra o gradiente eletroquímico;
  • Secundário: é acoplado indiretamente à fonte de energia. A energia liberada durante o mecanismo ativo primário é utilizada para mover outra substância contra seu gradiente eletroquímico, caracterizando o mecanismo ativo secundário. Um dos exemplos desse tipo de mecanismo é a reabsorção de glicose pelo túbulo renal. 

Os solutos são reabsorvidos pelas células epiteliais ou entre as células, por vias transcelulares ou paracelulares.

A reabsorção de água ocorre por meio de osmose, um transporte passivo.

A reabsorção de sódio ocorre na maioria dos segmentos do túbulo e é um processo auxiliado por proteínas transportadoras, que também são fundamentais no transporte ativo secundário de outras substâncias, como glicose e aminoácidos.

Algumas moléculas maiores, como algumas proteínas que atravessam a lâmina basal, são reabsorvidas por meio da pinocitose. E a reabsorção de ureia, cloreto e outros solutos, como a creatinina, ocorrem por difusão passiva.

A secreção ocorre, como apresentado, de forma mais específica. São bases e ácidos orgânicos, produtos do metabolismo, que devem ser rapidamente eliminados. O potássio e o hidrogênio são dois íons de fundamental importância e que são secretados no processo de formação de urina.

Ambos os processos ocorrem por meio de co-transporte com os íons sódio. O potássio é através da bomba sódio-potássio, que cria um diferencial de concentração responsável por garantir com que esse, que está em maior concentração no interior da célula do que no lúmen do túbulo, seja transportado passivamente para o interior do túbulo.





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domingo, 18 de dezembro de 2022

AUTISMO EM ADULTOS: COMO LIDAR COM O DIAGNÓSTICO TARDIO

 O diagnóstico, mesmo que tardio, aliado à terapia, é fundamental para o autoconhecimento e desenvolvimento da independência.




O diagnóstico, mesmo que tardio, aliado à terapia, é fundamental para o autoconhecimento e desenvolvimento da independência.

 

“Entre a nossa comunidade, brincamos que crianças autistas não envelhecem; elas entram no pote no final do arco-íris e desaparecem.” É dessa forma descontraída, porém crítica, que Luciana Viegas, 28 anos, pedagoga, ativista pela neurodiversidade e idealizadora do movimento “Vidas negras com deficiência importam”, define a relação da sociedade com o apagamento dos adultos no espectro. 

De fato, a discussão sobre o transtorno do espectro autista (TEA) na fase adulta ainda é restrita, mas isso não significa que as pessoas deixem de fazer parte do espectro com o avançar da idade. O autismo é uma condição para a vida toda, e compreender seu funcionamento em cada fase da vida é fundamental para garantir qualidade de vida e inclusão social das pessoas autistas. 

        Veja também: Autismo na adolescência

Para começar a explicar o que é o TEA, o mais fácil é dizer o que ele não é. Ao contrário do que os estigmas afirmam, o transtorno do espectro autista não caracteriza uma doença, mas sim uma variação do funcionamento típico do cérebro. No livro “guia” dos diagnósticos de saúde mental, DSM-5, o TEA faz parte dos transtornos do desenvolvimento neurológico, no qual os sintomas tendem a se manifestar nos primeiros anos de vida. 

Esses sintomas são principalmente déficits em funções de comunicação, sociabilidade e interação, e a presença de comportamentos, interesses e atividades restritas e repetitivas. Eles podem estar presentes em maior ou menor intensidade. 

 

Um autismo para cada pessoa

Há, inclusive, uma classificação com o objetivo de facilitar e orientar o manejo e as intervenções necessárias para cada pessoa. Atualmente, essa classificação é bastante questionada pela própria comunidade autista, uma vez que, por ser o espectro, é difícil “colocar em caixas” cada manifestação do transtorno. De qualquer forma, essa classificação é mais útil para definir o nível de apoio demandado por cada um. Ela é dividida entre graus e grupos.

  • Nível 1: existe uma dificuldade para a interação social, porém sutil, além de dificuldade para troca de atividades e problemas de organização, também de forma leve. Exige apoio leve. 
  • Nível 2: a dificuldade para socialização é maior. Há também uma resistência a lidar com mudanças, além de comportamentos repetitivos. Exige apoio moderado.
  • Nível 3: há déficit de comunicação verbal e não verbal de forma mais clara. A pessoa também possui dificuldade em abrir-se para interações sociais que partam de outras pessoas, muita dificuldade em mudanças e comportamentos repetitivos constantes. Exige muito apoio. 

“Já em relação ao grupo, existem a síndrome de Asperger; o transtorno autista; o transtorno invasivo do desenvolvimento; e, por fim, o transtorno desintegrativo da infância”, explica Dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião, médico do Hospital Israelita Albert Einstein e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Uma frase muito dita tanto pelos especialistas quanto por indivíduos autistas é que “Existe um autismo para cada pessoa”. E, considerando a variedade na manifestação dos sintomas e no funcionamento dentro do espectro autista, não há o que define melhor a condição. 

 

Descobrindo-se autista

Mas, quando falamos em adultos diagnosticados tardiamente, costuma haver um padrão: são pessoas que manifestam os sintomas de forma mais leve, tidas apenas como tímidas ou com dificuldades sociais típicas, o que atrasa o diagnóstico.

É o caso da Patrícia Ilus, 42, artista e apresentadora no “Adultos no Espectro”, projeto no Instagram que busca trazer visibilidade aos adultos autistas. Ela recebeu o diagnóstico apenas aos 41 anos, mas conta que sempre percebeu ter dificuldade em socializar. A decisão de buscar um especialista veio depois de uma situação no trabalho.  

“Tinha muitas dificuldades em relação a minha socialização, minha percepção sensorial e aos stims (movimentos autoestimulatórios), mas acreditava que era tímida e apenas diferente. Quando duas produtoras que trabalhavam comigo partiram para outros projetos, entrei numa crise profunda, que me fez ver que eu não tinha superado minhas dificuldades. Elas viabilizavam meu trabalho no que diz respeito a fazer contato com as pessoas. Sem elas, me senti completamente perdida e comecei a pensar seriamente que pudesse ser autista, pois sabia que a condição afetava relações sociais.”

A princípio, Patrícia buscou ajuda pelo SUS, mas infelizmente não encontrou uma equipe preparada para lidar com a possibilidade de um diagnóstico do TEA em uma pessoa adulta.

“Tentei apoio pelo SUS, mas não consegui prosseguir com a investigação. O clínico geral que me atendeu não levou minha queixa a sério, e disse que eu não era autista depois de 5 minutos de consulta. Tentei a psicóloga do postinho, mas os atendimentos foram suspensos com a pandemia. Resolvi juntar dinheiro para conseguir minha avaliação pela rede particular. Meu diagnóstico não foi demorado e não deixou dúvidas. Ou seja, eu só precisava encontrar os profissionais certos”, relembra.

 

Autismo e raça

O relato se assemelha ao da pedagoga Luciana, que, além de lidar com a falta de preparo da equipe, encarou ainda um outro empecilho: o racismo. “O autismo tem raça, classe social. Quando discutimos o transtorno, logo pensamos em um homem branco muito inteligente.”

Ela começou a suspeitar da condição depois que seu filho, Luiz, foi diagnosticado como autista quando tinha um ano e nove meses. A descoberta do próprio diagnóstico motivada pelo diagnóstico de um filho ou parente não é exclusividade de Luciana, como explica a seguir o dr. Marcelo Valadares. 

“Principalmente quando falamos sobre os graus mais leves do TEA, é muito comum que pais, que começam a entender melhor o assunto após diagnosticarem seus filhos, descubram que convivem com o autismo há anos. Muitas vezes, existe uma discreta dificuldade para interação social, mas essas pessoas são consideradas apenas tímidas, e isso acaba anulando qualquer investigação.”

Já pesquisando sobre o TEA e percebendo suas próprias características, Luciana decidiu compartilhar sua suspeita com o clínico geral que a acompanhava pelo SUS. O profissional concordou com a hipótese, e realizou o encaminhamento para a neurologista. Foi quando o desgaste começou.

       Veja também: Diagnóstico de transtorno do espectro autista demora a ser feito no Brasil

“Na hora que eu entrei no consultório, a neurologista já disse que eu não era autista. Falou que eu estava lendo demais sobre autismo e por isso estava achando que tinha o diagnóstico, mas que isso era coisa da minha cabeça. A desculpa foi que eu era casada, o que não faria sentido para uma pessoa autista”, relembra. 

Além do próprio capacitismo da profissional em questão – uma vez que o espectro abrange diferentes graus de comprometimento das relações sociais, e uma pessoa autista pode perfeitamente desenvolver um relacionamento –, Luciana chama atenção para a questão racial, e conta que se sentiu negligenciada. 

“Eu sou uma mulher negra, então todas as vezes que eu tinha uma crise de descontrole era associada a transtornos mais marginalizados. O autismo não é um transtorno marginalizado. O autismo tem raça, tem classe. Sempre que a gente fala em autismo, nós imaginamos homens brancos muito inteligentes. E aí, quando você traz isso para mulheres negras, o que sobra? Nada. Sobra a gente tentando dar conta desse processo de forma solitária. Quando eu fui pra internet conhecer outras mulheres negras autistas, vi que as histórias batiam. São várias e várias mulheres negras que passam a vida toda sofrendo com o capacitismo, o racismo, e não têm acesso ao diagnóstico”, desabafa. 

 

Como é realizado o diagnóstico

Como já mencionamos, um caminho comum é que pais de filhos autistas, ao pesquisar sobre a condição da criança, percebem em si características semelhantes e busquem ajuda profissional. Mas esse não é o único cenário. 

Como o autismo afeta diretamente as habilidades sociais de comunicação e relacionamento, é comum que o indivíduo procure um serviço de saúde mental com outras queixas. É o que diz Ailton Martins, psicólogo, especialista em Análise do Comportamento (USP) e especialista em Análise do Comportamento Aplicada ao TEA (UFSCar).

        Ouça: DrauzioCast #142 | Como diagnosticar o autismo

“É comum que a pessoa se queixe da falta de conexão com outras pessoas, um certo distanciamento social. Essa dificuldade social pode gerar uma sensação de angústia, que às vezes pode se confundir com depressão e/ou ansiedade.”

Não é raro que o autismo venha acompanhado de outras condições, as chamadas comorbidades, principalmente na fase adulta. Os prejuízos provocados pela dificuldade de socialização e a autopercepção negativa podem desencadear transtornos de ansiedade e depressão, por exemplo. O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade também está associado ao TEA em 30% a 50% dos casos. 

“A dificuldade de atenção, a hiperatividade e a impulsividade são características comuns a ambas as condições. Os mecanismos envolvidos não são completamente elucidados; no entanto, alterações em redes neurais específicas foram propostas como déficits fundamentais tanto em TDAH como em TEA. Um estudo avaliou 19 meninos com TDAH e 18 com TEA contra 26 controles em situações de atenção focada e de atividades sociais enquanto sua atividade cerebral era mapeada. Tanto as crianças com TEA quanto aquelas com TDAH apresentaram alterações em redes específicas, mas com diferenças entre hipoativação (TEA) e hiperativação (TDAH)”, elucida o dr. Marcelo. 

Além das comorbidades de transtornos psiquiátricos, há também uma concomitância de distúrbios alimentares e gastrointestinais (relacionados principalmente a seletividade alimentar), epilepsia, distúrbios do sono, dentre outros. Tudo isso pode tirar o foco do diagnóstico principal, motivo pelo qual uma investigação profunda sobre o histórico do indivíduo é fundamental. 

        Veja também: TDAH pode surgir na infância e não some na vida adulta

 

O autismo da infância é o mesmo da vida adulta?

Grosso modo, sim. O que acontece é que pessoas que têm um diagnóstico tardio geralmente são aquelas que não tiveram dificuldade no desenvolvimento da linguagem, ou seja, não tiveram a manifestação mais conhecida do transtorno. Como os principais conflitos têm a ver com a sociabilização e com os padrões de comportamento e rotina repetitivos, adultos no espectro podem aprender a “mascarar” os sintomas. Alexandre Valverde, médico psiquiatra pela Unifesp, fala sobre esse processo.

“Por passar tanto tempo sem um diagnóstico, a pessoa pode ter desenvolvido mecanismos para lidar com os sintomas e as situações. É o que a gente chama de ‘masking’, um disfarce da própria condição. Seja porque veem que tal comportamento é visto como inadequado, não é bem aceito socialmente ou é incompreendido pelos demais. O adulto consegue modular o próprio comportamento, enquanto a criança não tem essa habilidade.”

Por isso, os desafios enfrentados pelo adulto no espectro são diferentes dos enfrentados pela criança. Isso também impacta a forma como as intervenções vão ser trabalhadas pela equipe multidisciplinar que acompanha o indivíduo. E quais são os desafios na vida adulta? O psicólogo Ailton Martins resume: 

“A criança autista tem o desafio de ser equiparada dentro do que chamamos de marcos do desenvolvimento. Por isso dizemos que quanto mais cedo se descobrir o diagnóstico, melhores são as chances de essa criança ter uma vida mais satisfatória e funcional. 

O adulto autista já passou por esse primeiro processo sozinho. Alguns vão ter uma necessidade maior de intervenção e apoio. Já outros podem precisar de apoio em áreas específicas, como aprender a demonstrar sentimentos, se adaptar a um novo emprego e lidar com alterações na rotina.”

A chamada “rigidez cognitiva” é um dos maiores desafios para Patrícia, que, como artista, costuma ter uma rotina nem sempre estável. 

“Tenho uma rigidez cognitiva considerável, o que faz com que eventos surpresa possam me trazer muita ansiedade e até desencadear uma crise (meltdown/shutdown). Então procuro me programar com antecedência para qualquer coisa. Não consigo dar conta de muitos eventos no mesmo dia. Considero ir numa papelaria um evento, por exemplo.”



Hiperfoco

O hiperfoco é uma das características marcantes do autismo. É uma forma de hiperatividade que se dá no campo da atividade mental, e não na psicomotora (embora as duas possam existir ao mesmo tempo). É por isso que muitas dessas pessoas têm facilidade em dominar um determinado assunto, já que a facilidade em aprender se une ao grande interesse por uma única temática.  

O próprio dr. Alexandre Valverde, médico psiquiatra que colabora nessa matéria, foi diagnosticado como autista aos 42 anos. A suspeita de alguma alteração neurocognitiva já existia, observada por colegas que chegaram a apontar um possível TDAH, além de destacarem a inteligência acima da média de Alexandre. Ao receber o diagnóstico tardio, a ficha caiu. 

“Eu tenho um bom nível de interação social. Sempre tive mais dificuldades em começar relações afetivas, mas não em mantê-las, então encarava isso como um traço de timidez. Depois do diagnóstico, entendi por que tinha tanta facilidade para entender as coisas na escola e na faculdade. Só precisava assistir a uma aula ou a um procedimento uma única vez para aprender. Em compensação, tenho uma memória curiosa. Eu lembro de informações ligadas à ciência, mas tenho dificuldade de lembrar coisas mais simples, como o nome das pessoas ou situações do dia a dia”, relata. 

Além de médico, Alexandre fez mestrado em Filosofia, já escreveu um roteiro de longa-metragem, está produzindo uma série documental sobre autismo, e cuida de uma agrofloresta. “Eu tenho uma rotina rigorosa para conseguir dar conta de tudo isso sem ficar ansioso. A rotina me ajuda muito.”

 

Crises

Pessoas no espectro muitas vezes podem experimentar um esgotamento devido à sobrecarga social, sensorial ou emocional devido a uma hipersensibilidade. Situações como uma festa com muitas interações sociais, acúmulo de trabalho ou ambiente com muito barulho – o estímulo varia de pessoa para pessoa – podem desencadear as chamadas crises de meltdown, shutdown e burnout. Diferenciar cada uma dessas crises é importante para saber como auxiliar o indivíduo.

  • Meltdown: A crise é “externa”, se assemelhando a um colapso nervoso. Geralmente, acontecem em situações que provocam um aumento muito grande de ansiedade. Diante disso, a pessoa pode ter acessos de raiva e/ou ataques de pânico bastante agressivos, uma resposta do organismo aos estímulos negativos. 
  • Shutdown: A crise é interna, como um “apagão”. Diante de uma situação de muito estresse e sobrecarga, a pessoa se fecha, e pode apresentar comportamentos como o mutismo seletivo, olhar vazio e paralisação.
  • Burnout: É o esgotamento em si. Sua manifestação pode estar ligada ao esforço exaustivo de imitar comportamentos neurotípicos – de pessoas não autistas. Pode se assemelhar a uma depressão, já que há perda de interesse nas atividades que davam prazer e sentimentos associados à raiva e à depressão. Porém, diferente da depressão, o burnout costuma durar um tempo menor, e a pessoa se recupera após um tempo de recolhimento e repouso. 

No dia a dia, essas crises podem impactar a produtividade e a rotina do adulto autista. Por isso, quem convive com o indivíduo – seja no trabalho, na escola ou na faculdade, e no círculo social – deve ter sensibilidade às diferenças no modo de funcionamento da pessoa autista, assim como aprender a identificar os sinais das crises e respeitar esse momento.

 

Existe tratamento para o autismo

Como já mencionamos, o autismo é uma condição que não tem cura. As abordagens realizadas têm o objetivo de guiar o adulto num processo de autoconhecimento e independência, não de eliminar o transtorno. 

Como o transtorno do espectro autista atinge vários aspectos do desenvolvimento, o ideal é que o tratamento seja realizado por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta, entre outros. As recomendações são individuais, então cada caso é analisado isoladamente para que seja montado um plano de intervenção que corresponda às necessidades de cada paciente. 

Gisele Belfiore, terapeuta ocupacional na clínica especializada em TEA, conta como funciona o trabalho no caso de pessoas diagnosticadas tardiamente. 

“É importante trabalhar na questão social, pois muitos autistas adultos têm seu diagnóstico contestado pelas pessoas à sua volta. É comum ouvir comentários como ‘como assim você só teve o diagnóstico na vida adulta? Você não é autista então!’. Esses questionamentos, além de não contribuir com a situação, podem causar prejuízo psicológico para o indivíduo, que se sente invalidado.”

Embora não exista um medicamento específico para tratar o autismo, antidepressivos, ansiolíticos, estabilizadores de humor e outras classes de medicamentos podem ser indicados no tratamento das comorbidades. 

A terapia também é recomendada para autoconhecimento e para lidar com as questões gerais da vida, que podem ser sentidas de maneira mais intensa por quem tem o transtorno. 

“Pessoas autistas são seres humanos como quaisquer outros. Temos desejos, medos, sonhos, ansiedades que se beneficiam do acompanhamento terapêutico”, destaca o dr. Alexandre.

 

Para conhecer

Por muito tempo, as representações de pessoas autistas na cultura pop foram estereotipadas, aumentando ainda mais o estigma sobre o diagnóstico do autismo. A própria palavra “autismo”, aliás, tem sido discutida por movimentos de pessoas autistas por causa da conotação negativa que costuma acompanhar o termo. Por isso, tem sido cada vez mais comum ver por aí o termo “neurodivergente”, que parte da ideia de que não há normalidade quando se trata do cérebro humano, mas sim várias formas diferentes de funcionamento. 

Por esse mesmo motivo, pessoas autistas têm sentido a necessidade de criar projetos e iniciativas que falem sobre o autismo de uma perspectiva mais realista. Aqui vão alguns desses perfis para você conhecer e entender mais sobre o tema.

 

Adultos no Espectro

O projeto produz conteúdo voltado principalmente para jovens e adultos autistas. Foi iniciado, no Instagram, pelo neuropsicólogo Mayck Hartwig, especializado em adultos autistas. Ele e Patrícia Ilus se conheceram através da rede social, e logo ela passou a ser responsável pelas lives que contam com a participação de outras pessoas no espectro. 

“Para o mundo me dar a acessibilidade de que eu precisava, as pessoas precisavam aprender sobre a minha condição. É preciso que nos mostremos e falemos de nós mesmos pelo viés da diversidade e não da pena e da punição”, destaca Patrícia. 

 

Introvertendo

“Um podcast sobre autismo onde autistas conversam.” É assim que o Introvertendo se define. É o primeiro do Brasil formado somente por pessoas do espectro. Thiago Abreu, idealizador do projeto, conta que os cinco integrantes originais se conheceram em um grupo de apoio para pessoas com a síndrome de Asperger. A ideia não era falar apenas sobre autismo, mas falar com pessoas autistas. 

 

Uma Mãe Preta Autista Falando

Luciana Viegas é pedagoga, e se descobriu autista após o diagnóstico do filho. Como mulher negra, conta que a experiência foi solitária, e por isso começou a procurar histórias parecidas com a sua na internet. Foi assim que criou o perfil “Uma mãe preta autista falando”, onde discute neurodivergência, maternidade e raça. É também colunista da revista Autismo, a primeira sobre o tema na América Latina. 

sábado, 17 de dezembro de 2022

ÁCIDO ÚRICO (HIPERURICEMIA)

 Ácido úrico em excesso pode desencadear a formação de pequenos cristais de urato de sódio, que se depositam em vários locais do corpo, especialmente nas articulações.


Ácido úrico em excesso pode desencadear a formação de pequenos cristais de urato de sódio, que se depositam em vários locais do corpo, especialmente nas articulações.

 

O ácido úrico está entre as substâncias naturalmente produzidas pelo organismo. Ele surge como resultado da quebra das moléculas de purina – proteína contida em muitos alimentos – por ação de uma enzima chamada xantina oxidase. Depois de utilizadas, as purinas são degradadas e transformadas em ácido úrico. Parte dele permanece no sangue e o restante é eliminado pelos rins.

Os níveis de ácido úrico no sangue podem subir porque sua produção aumentou muito, porque a pessoa está eliminando pouco pela urina ou por interferência do uso de certos medicamentos.

Como consequência dessa taxa de ácido úrico elevada (hiperuricemia), formam-se pequenos cristais de urato de sódio semelhantes a agulhinhas, que se depositam em vários locais do corpo, de preferência nas articulações, mas também nos rins, sob a pele ou em qualquer outra região do corpo.

Estudos recentes realizados no Instituto do Coração de São Paulo mostram que níveis elevados de ácido úrico no sangue aumentam o risco de desenvolver acidentes cardiovasculares.

 

Sintomas

 

O depósito dos cristais de urato nas articulações, em geral, provoca surtos dolorosos de artrite aguda secundária, especialmente nos membros inferiores (joelhos, tornozelos, calcanhares, dedos do pé), mas pode comprometer qualquer articulação. Nem todas as pessoas com esse excesso desenvolverão gota, um tipo de artrite secundária, de caráter genético e hereditário, que acomete mais os homens adultos.

Nos rins, a hiperuricemia é responsável pela formação de cálculos renais (litíase renal) e insuficiência renal aguda ou crônica (nefropatia úrica).

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico de certeza é dado por um exame que mede a concentração dessa susbstância no sangue e exige oito horas de jejum para ser realizado.




Tratamento e prevenção

 

Portadores desse distúrbio metabólico devem evitar o estresse físico, o uso de diuréticos e de anti-inflamatórios, assim como devem evitar a ingestão excessiva de alimentos e bebidas ricos em purina (carne vermelha, frutos do mar, peixes, como sardinha e salmão, e miúdos).

Como leite e derivados parecem melhorar a eliminação do ácido úrico, devem ser incluídos na dieta que, acima de tudo, precisa ser saudável e favorecer o controle da obesidade e da hipertensão.

Além da alimentação pouco calórica, quando necessário, podem ser indicados medicamentos para inibir a produção de ácido úrico (alopurinol) ou para aumentar sua excreção (probenecide e sulfinpirazona). Algumas pessoas precisam dos dois tipos porque têm excesso de produção e dificuldade de excreção dessa substância.

 

Recomendações

 

  • Beba bastante água para ajudar o organismo a eliminar o ácido úrico;
  • Prefira os alimentos não industrializados; adote uma dieta saudável, rica em frutas, verduras, leite e derivados;
  • Evite o consumo de bebidas alcoólicas, especialmente de cerveja que é rica em purina;
  • Não se automedique. Consulte um médico para orientar o tratamento e peça ajuda ao nutricionista para eleger uma dieta que ajude a controlar a taxa de ácido úrico e a manter o peso em níveis adequados.

QUAL A TAXA DE ÁCIDO ÚRICO NORMAL?

As taxas de ácido úrico são identificadas em exames laboratoriais de sangue e urina.

Os valores médios utilizados como base de taxas "normais" são de 2,5 a 3 mg/dL. Acima disso, já se encontra em estado de alerta e se torna preocupante quando passa de 7 mg/d.





quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Coração acelerado, taquicardia e falta de ar: o que está acontecendo?

 

Nem sempre sentir o coração acelerado é sinal de alguma doença cardiovascular. No entanto, é importante não negligenciar esse sintoma, ainda mais se ele vier acompanhado de outros, como a falta de ar por exemplo.

Mas como diferenciar uma mudança nos batimentos cardíacos que não leva a problemas mais graves de uma taquicardia que requer atendimento médico? O que fazer em cada caso? É o que você vai descobrir neste post!

Coração acelerado: por que isso acontece?

Em repouso, a frequência cardíaca normal de uma pessoa varia entre 60 e 100 batimentos cardíacos por minutos (bpm), acima disso, é considerada taquicardia, popularmente chamado de coração acelerado.

Porém, o fato de os seus batimentos ficarem fora do considerado normal vez ou outra não quer dizer que, necessariamente, você esteja com algum problema no coração.

São vários os motivos que podem levar ao aumento do número de batidas do coração, tais como:

  • idade (quanto mais nova for a pessoa, mais batimentos terá por minuto);
  • prática de atividades físicas;
  • emoções fortes;
  • sustos.

Esses são alguns exemplos de coração acelerado considerados menos preocupantes, já que os batimentos tendem a voltarem ao ritmo normal logo após a passagem do episódio que causou o quadro.

Taquicardia: quando requer mais atenção?

Nos casos acima, não há a necessidade de intervenção médica, mas quando associado a outros sintomas, como tonturas, vertigens e desmaios, requer atenção, muitas vezes imediata. 

Isso porque a taquicardia compromete o bombeamento sanguíneo, impedindo que o sangue rico em oxigênio chegue de maneira adequada aos demais órgãos, como o cérebro e o pulmão. Além disso, é um sintoma comum a diversas doenças cardiovasculares, por exemplo:

  • problemas cardíacos congênitos;
  • insuficiência cardíaca;
  • cardiomiopatia;
  • aterosclerose;
  • infecções;
  • tumores;
  • infarto.

Tipos de taquicardia

Indo além da sensação passageira de coração acelerado, a taquicardia pode acontecer de duas formas: 

  • ventricular: quando se origina na parte inferior do coração (ventrículos);
  • atrial: quando ocorre na parte superior do órgão (átrios).

Identificar sua origem é fundamental para saber qual tratamento iniciar, que pode ser desde o uso de medicamentos até cirurgias. Por isso, se a sensação de coração acelerado surge sem motivo aparente, ou permanece ainda que em repouso, é fundamental procurar orientação médica o quanto antes.

Causas da taquicardia

São diversos os motivos que podem ocasionar uma taquicardia. Diferentemente dos citados nos casos de coração acelerado que tem o batimento normal restabelecido brevemente, esses requerem cuidados e atenção. Veja algumas das principais causas:

  • uso de alguns tipos de remédios;
  • consumo de drogas e álcool;
  • processos infecciosos;
  • problemas na tireóide;
  • doenças reumáticas;
  • excesso de cafeína;
  • fatores genéticos;
  • desidratação;
  • hipoglicemia;
  • hipertensão;
  • tabagismo;
  • ansiedade;
  • estresse;
  • anemia;
  • febre;
  • crise de pânico.

Falta de ar: em quais casos indica alguma doença grave?

A falta de ar é outra condição que comumente surge em casos de coração acelerado. Quando isolada, pode indicar doenças respiratórias como bronquite, asma, pneumonia, rinite, sinusite, ou mesmo uma gripe mais forte. 

Essa sensação também pode ser relacionada à prática de exercícios físicos, especialmente por pessoas com baixo condicionamento, bem como a fatores emocionais, como crise de pânico, quadros severos de ansiedade, angústia etc.

Entretanto, quando a falta de ar não é proveniente de qualquer um desses motivos e vem acompanhada de taquicardia, também pode ser um indicativo de alguma doença cardiovascular.

O que fazer em cada situação?

Ou seja, isoladamente, o coração acelerado e a falta de ar podem ser consideradas reações normais do corpo, surgindo devido a fatores emocionais, esforço físico, ou mesmo a doenças com tratamentos fáceis.

Mas é fundamental atentar-se se a taquicardia e a falta de ar ocorrem quando se está em repouso, sem qualquer estímulo externo e junto com outros sintomas.

Mas o que pode ser feito em cada situação? O primeiro passo é saber o motivo do coração acelerado, da taquicardia e da falta de ar, para só depois tomar a atitude certa.

1. Coração acelerado

No caso do coração acelerado, quando relacionado a motivos passageiros, a sugestão é acompanhar a resposta do corpo e aguardar que os batimentos voltem ao normal, mantendo a calma durante esse processo.

2. Falta de ar

A falta de ar, se proveniente de doenças respiratórias, requer atendimento médico especializado e o uso dos medicamentos corretos. O mesmo vale quando seu gatilho são causas emocionais, no qual o suporte de um psicólogo ou psiquiatra pode ser de grande valor.

3. Taquicardia

Já a taquicardia, especialmente quando indicativa de doenças mais graves por conta de outros sintomas associados, pode necessitar de atendimento imediato. Nesses casos, saber como agir pode ser a diferença entre salvar, ou não, a vida de uma pessoa.

Vale lembrar que a taquicardia é um tipo de arritmia cardíaca, ou seja, de irregularidade no funcionamento do coração que pode comprometer tanto a quantidade de batimentos cardíacos quanto seu ritmo. 

O tratamento da taquicardia, após diagnosticada a condição pelo médico especialista, pode incluir o uso de remédios como betabloqueadores e digitálicos; e, e casos mais graves, até mesmo a realização de cirurgias. Já para casos graves e/ou repentinos de arritmia, chamados de arritmia cardíaca maligna, podem levar a paradas cardiorrespiratórias (PCR) e até à morte súbita. Porém, mesmo essa condição mais extrema de mal súbito tem chances de ser evitada caso a vítima receba os primeiros socorros com agilidade e de maneira correta antes mesmo da chegada do socorro, como a reanimação cardiopulmonar (RCP) em conjunto com o uso do DEA — Desfibrilador Automático Externo

BATIMENTOS CARDÍACOS NORMAIS POR IDADE: COMO AVALIAR E QUANDO DEVO ME PREOCUPAR?


 Muitas vezes, as pessoas ficam preocupadas quando sentem alterações nas batidas do coração, como ritmos diferentes ou sensações de palpitações. Nesse sentido, é importante saber sobre os parâmetros de batimentos cardíacos normais por idade, já que há casos em que essas situações podem indicar doenças do coração.

Para um melhor entendimento do assunto, elaboramos este post com informações sobre as dúvidas mais comuns sobre os batimentos cardíacos e suas variações em diferentes situações, a fim de orientar quanto aos sinais que podem indicar a necessidade de buscar ajuda médica. Continue lendo para saber mais!

O que é frequência cardíaca e quais os batimentos cardíacos normais por idade?

A frequência cardíaca refere-se à quantidade de batidas do coração por minuto, podendo sofrer variação de acordo com a idade, quando a pessoa faz algum esforço físico ou na presença de doença cardíaca. Nesse sentido, quanto mais o coração precisa se esforçar para bombear o sangue para o corpo, maior será a frequência cardíaca da pessoa.

Em repouso, a frequência cardíaca normal apresenta uma variação entre 60 e 100 batimentos por minuto (bpm). A aceleração dos batimentos (acima de 100 bpm) indica que a pessoa está com taquicardia. Já uma frequência cardíaca baixa, inferior a 60 bpm, é considerada uma condição de bradicardia.

É importante observar que quanto mais eficiente for a batida do coração, menor será a frequência cardíaca — o ideal é que os batimentos cardíacos se mantenham mais baixos, porém em níveis que permitam o sangue chegar ao corpo todo. Por isso, há uma faixa de variação que serve como parâmetro para medir os batimentos cardíacos normais de acordo com a idade:

  • até 2 anos — 120 a 140 bpm;
  • 8 até 17 anos — 80 a 100 bpm;
  • adulto sedentário — 70 a 80 bpm;
  • adultos que praticam atividades físicas e idosos — 50 a 60 bpm.

O que é a frequência cardíaca máxima, como ela é determinada e por quais razões ela diminui com a idade?

A frequência cardíaca máxima é o número máximo de batimentos cardíacos que ocorre no espaço de 1 minuto durante algum esforço. Dessa forma, em uma caminhada rápida, a pessoa encontra-se na condição de desempenho, com um batimento entre 60% e 75% da sua frequência cardíaca máxima (FCM). Para determinar essa frequência, a pessoa precisa ficar atenta ao seu corpo.

Isso ocorre porque durante o esforço para uma caminhada rápida, o corpo precisa de mais oxigênio. Assim, os batimentos aumentam atingindo a frequência cardíaca máxima, quando o oxigênio produzido pelo coração não é suficiente para a oxigenação dos músculos.

Cálculos para determinar a FCM

Calcular a Frequência Cardíaca Máxima (FCM) é fundamental para conhecer as limitações do próprio corpo antes de começar a fazer qualquer exercício físico. O estabelecimento do seu valor varia de acordo com a idade e o tipo de atividade que a pessoa executa diariamente. Ela pode ser verificada por meio do seguinte cálculo matemático: 226 menos a idade (para mulheres) e 220 menos a idade (para homens).

Dessa forma, para uma mulher com 45 anos, calculamos: 226 – 45 = 181 bpm (batimentos por minuto). Mas é importante observar que a FCM não é a frequência cardíaca de segurança, sendo o ideal, trabalhar com 80% desse valor. Nesse sentido, uma mulher com 45 anos deve manter os batimentos cardíacos em 145 bpm.

O que pode ser feito para preservar o máximo a capacidade cardíaca e condicionamento físico?

O condicionamento físico diz respeito à forma como os vasos sanguíneos, coração, músculos e pulmões precisam resistir às tarefas diárias e ocasionais. Também se refere aos desafios físicos inesperados e às situações de mínimo de cansaço e desconforto e ao quanto de reserva de energia é necessária para as atividades que se pretende realizar.

Em geral, a recomendação médica para garantir um coração saudável é movimentar o corpo, pois quando fazemos exercícios regularmente, o órgão trabalha com mais eficiência, sem ter de fazer muito esforço. Além disso, o sangue flui melhor e os vasos e artérias ficam mais flexíveis e saudáveis. Tudo isso é fundamental para prevenir doenças cardiovasculares, como o infarto, derrame e hipertensão.

Para tanto, é importante manter uma frequência de atividades físicas com 1 hora por dia e 7 dias por semana, visando a redução do risco de doença cardíaca. Esse benefício aumenta de acordo com a quantidade de exercícios realizados. As atividades podem ser variadas como:

  • corrida — afasta o risco de doenças cardiovasculares;
  • caminhada ao ar livre — aumenta o fluxo sanguíneo, reduzindo a pressão arterial e evitando o infarto, derrame e problemas de circulação sanguínea;
  • caminhada em esteira — em velocidade entre 4,0 e 6,0 km/h (acima disso pode ser prejudicial à coluna lombar) e com inclinação entre 2 e 12% (sem segurar na barra de apoio) é uma atividade cardiovascular muito eficiente;
  • natação — exercício de baixo impacto nas articulações que melhora o sistema cardiorrespiratório e evita doenças respiratórias.


Em quais situações os batimentos cardíacos ficam altos?

Quando em repouso, a frequência cardíaca considerada normal não deve ultrapassar 100 bpm. Acima desse valor a frequência cardíaca é considerada taquicardia, sendo importante se consultar com um médico. Os batimentos cardíacos podem apresentar valores mais altos em diversas situações, como ao praticar exercícios físicos ou diante de emoções fortes.

O aumento da frequência cardíaca pode ser provocado por doenças cardíacas (arritmias), estresse, ansiedade, alto consumo de cafeína, bebidas alcoólicas, cigarro, doenças reumáticas, hipertireoidismo, processos infecciosos, uso de determinados medicamentos, entre outros.


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Quais são as causas dos batimentos cardíacos baixos?

A frequência cardíaca baixa (menos de 60 bpm), conhecida como bradicardia, pode ocorrer em função da idade ou do uso de certos medicamentos para o coração. Em pessoas jovens, quanto melhor for o seu coração, mais baixa será a sua FC. No entanto, os bloqueios cardíacos ou disfunções do nódulo sinusal são alterações que resultam na redução dos batimentos e podem sinalizar algum problema. Nesse caso, é fundamental buscar auxílio médico.

Como vimos, é importante saber sobre batimentos cardíacos normais por idade para ter um parâmetro sobre possíveis alterações na frequência cardíaca, tanto para níveis mais altos quanto para mais baixos. Em qualquer uma dessas situações é fundamental buscar ajuda médica para uma correta avaliação e tratamento.



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