A glândula mamária é um órgão par situado na parede anterior do tórax, apoiada sobre o músculo peitoral maior; se estende da segunda à sexta costela no plano vertical (ou longitudinal) e do esterno à linha axilar anterior no plano horizontal (ou transversal).
A mama feminina é composta por lobos (formado por vários lóbulos, onde há glândulas produtoras de leite), pelo ducto lactífero (pequenos tubos que transportam o leite dos lóbulos até o seio lactífero), seio lactífero (uma dilatação do ducto que conduz o leite materno à papila mamária) e por estroma (tecido adiposo e tecido conjuntivo que envolve os ductos e lobos, além de vasos sanguíneos e vasos linfáticos).
Embriologia
Os primeiros sinais de desenvolvimento mamário aparecem em torno da 5ª semana de vida intrauterina.
No início da 6ª semana, ocorre a migração de células epidérmicas para o interior do mesênquima subjacente, produzindo as chamadas cristas lácteas ou linhas de leite. Estas linhas de leite localizam-se bilateralmente na parede ventro-lateral do corpo do embrião, estendendo-se da região axilar até a região inguinal.
Ao final da 6ª semana, as extremidades destas linhas começam a regredir, restando apenas um par na região peitoral, ao nível da 4ªcostela.
As células do ectoderma primitivo proliferam e penetram mais profundamente no mesênquima subjacente, formando estruturas que darão origem às glândulas e ductos mamários.
Nervos periféricos e vasos sanguíneos e linfáticos crescem no interior do mesênquima frouxo. Ao final da 8ª semana, a embriogênese está completa.
A partir do 4º mês, ocorre proliferação das células epiteliais, que progressivamente vão se alongando até o 6º mês de vida intrauterina.
Em torno do 7º mês, entre 16 e 24 estruturas como estas formam o sistema ductal rudimentar e que a partir da puberdade formarão os lobos mamários.
No início do 8º mês começa a formação e a ramificação dos ductos e, em sua porção terminal, as glândulas.
A aréola desenvolve-se em torno do 5º mês de vida intrauterina e papila se forma logo após o nascimento.
Desenvolvimento
Durante a infância, as glândulas mamárias de meninas e meninos são iguais em sua estrutura e são constituídas de ductos revestidos de epitélio com conjuntivo circunjacente. Nesta fase, o tecido glandular mamário permanecerá inativo até o início da puberdade, quando começam os estímulos endócrinos.
As alterações mamárias nos primeiros anos de vida são raras. Em torno dos dez anos de idade, a aréola feminina torna-se mais pigmentada e levemente elevada. Esta alteração mamária, chamada de telarca, marca o início da diferenciação sexual mamária, e ocorre em virtude do início da produção de hormônios esteróides ovarianos.
No início da puberdade, com o estabelecimento do ciclo hormonal ovariano, o volume mamário aumenta em parte, decorrente do alongamento e ramificação ductal, mas principalmente devido ao acumulo de tecido adiposo, ações determinadas pelo estrogênio. A progesterona determina a formação alveolar e o crescimento lobular, bem como contribui com o desenvolvimento secretório dos alvéolos e lóbulos mamários. Estas alterações foram bem caracterizadas e são conhecidas como Estágios de Tanner, que as descreveu em 1962, classificando-as em 5 fases:
Anomalias mamárias
- Politelia
É considerada uma anomalia congênita benigna e pode incomodar o paciente por preocupações estéticas, dor, inchaço durante a menstruação ou a presença de secreções.
São presenças de papilas mamárias acessórias rudimentares, isto é, sem funcionalidade. A incidência na população é de 1:8000 pessoas, entre homens e mulheres.
A mama ectópica (fora da região normal de expressão) geralmente ocorre ao longo da “linha de leite” ou linha das mamas.
- Polimastia
É uma condição congênita rara, presente em 1% a 5% da população, entre homens e mulheres. Também é chamada de mamas supranumerárias. Clinicamente se caracteriza pela presença de duas ou mais mamas, com ou sem a presença de mamilos e aréolas extras, podendo ser ativas (isto é, secretoras de leite).
Durante a 6ª semana de desenvolvimento embrionário humano, a linha mamária, a qual representa dois espessamentos ectodérmicos, se desenvolve ao longo dos lados do embrião, estendendo da região axilar até a virilha.
No desenvolvimento normal, a maior parte dos picos mamários embrionários desaparecem, exceto os dois segmentos na região do peitoral, os quais eventualmente se transformam nas glândulas mamárias, aréolas e mamilos. Falha na regressão e degeneração em qualquer porção da linha mamária pode levar ao quadro de polimastia, com ou sem os complexos papilares da aréola.
- Aproximadamente um terço dos indivíduos afetados pela polimastia possuem mais de um local de desenvolvimento do tecido mamário ectópico.
Na maior parte dos casos, esse tecido não é evidente ou possui significância fisiológica, mas alguns podem aumentar de tamanho no início da puberdade, na gravidez ou na lactação (influências hormonais), e podem ser locais de carcinomas.
- Aproximadamente 67% dos tecidos mamários ectópicos ocorrem nas porções torácica ou abdominal da linha do leite, frequentemente um pouco abaixo da dobra inframamária e mais frequentemente no lado esquerdo do corpo; os outros 20% ocorrem na axila.
- Mulheres são duas vezes mais afetadas pela condição (2-6%) do que homens (1-3%), e é bem mais raro o tecido mamário ectópico sofrer hipertrofia no sexo masculino.
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O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
Observação: esse material foi produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido.
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