terça-feira, 29 de novembro de 2022

Cirurgia para refluxo: como é feita, recuperação e o que comer

 A cirurgia para o refluxo gastroesofágico é indicada quando o tratamento com medicamentos e cuidados alimentares não traz resultados, e começam a surgir complicações como úlceras ou o desenvolvimento do esôfago de Barrett, por exemplo. Além disso, a indicação para realizar a cirurgia também depende do tempo que a pessoa tem refluxo, intensidade e frequência dos sintomas e vontade da pessoa em realizar a cirurgia para resolver a condição.

Esta cirurgia é feita com anestesia geral e por meio de pequenos cortes no abdômen, e a recuperação total leva cerca de 2 meses, sendo necessário nas primeiras semanas se alimentar apenas com líquidos, o que pode levar a um emagrecimento leve.


Como é feita a cirurgia

A cirurgia para refluxo normalmente serve para corrigir a hérnia de hiato, que é a principal causa de surgimento do refluxo esofágico e, por isso, o médico precisa fazer pequenos cortes na região entre o estômago e o esôfago para fazer a correção da hérnia.

Normalmente, a técnica utilizada é a laparoscopia com anestesia geral, na qual são inseridos tubos finos através de pequenos cortes na pele. O médico consegue observar o interior do corpo e fazer a cirurgia através de uma câmera colocada na ponta de um dos tubos.

Possíveis complicações

A cirurgia para refluxo é bastante segura, especialmente quando feita por laparoscopia, no entanto, existe sempre um risco de surgirem complicações como sangramento, trombose nos membros inferiores, infecção no local do corte ou trauma nos órgãos próximos do estômago. Além disso, como é necessária anestesia, também podem surgir complicações ligadas à anestesia.

Dependendo da gravidade, essas complicações podem levar à necessidade de a pessoa ser operada novamente através de cirurgia convencional, feita com um corte grande no abdômen, ao invés do procedimento por laparoscopia.

Como é a recuperação

A recuperação da cirurgia para refluxo é rápida, com pouca dor e poucos riscos de infecção, e em geral o paciente recebe alta 1 dia após a cirurgia e pode voltar ao trabalho após 1 ou 2 semanas. No entanto, para uma recuperação mais rápida, recomenda-se:

  • Evitar dirigir por pelo menos 10 dias;
  • Evitar ter contato íntimo nas 2 primeiras semanas;
  • Não levantar pesos e retomar os exercícios físicos apenas após 1 mês ou depois da liberação do médico;
  • Fazer pequenas caminhadas em casa ao longo do dia, evitando ficar sentado ou deitado por muito tempo.

Além disso, é recomendado voltar no hospital ou ir no posto de saúde para tratar as feridas da cirurgia. Nos primeiros 2 dias é importante tomar banho apenas com uma esponja para evitar molhar os curativos, pois aumenta o risco de infecção.

Durante a recuperação, o médico também pode recomendar o uso de antibióticos, anti-inflamatórios ou analgésicos, para reduzir o desconforto.


O que comer após a cirurgia

Devido à dor e à dificuldade de engolir, é aconselhado seguir este tipo de esquema:

  • Se alimentar apenas com líquidos durante a 1ª semana, podendo se estender até a 2ª semana, de acordo com a tolerância do paciente;
  • Passar para dieta pastosa a partir da 2ª ou 3ª semana, com ingestão de alimentos bem cozidos, purês, carne moída, peixe e frango desfiado;
  • Iniciar aos poucos uma alimentação normal, de acordo com a tolerância e a liberação do médico;
  • Evitar bebidas com gás durante os primeiros meses, como refrigerantes e água gaseificada;
  • Evitar alimentos que produzem gás no intestino, como feijão, repolho, ovo, ervilha, milho, brócolis, cebola, pepino, nabo, melão, melancia e abacate;
  • Comer e beber lentamente, para evitar empachamento e dor no estômago.

A sensação de dor e de estômago cheio pode levar à perda de peso devido à redução da quantidade de alimentos ingeridos. Além disso, também é comum sentir soluços e excesso de gases, podendo ser necessário tomar remédios como Luftal, para reduzir esses sintomas.


Sinais de alerta para ir ao médico

Além da consulta de retorno, deve-se procurar o médico se houver febre acima de 38ºC, dor intensa, vermelhidão, sangue ou pus nas feridas, náuseas e vômitos frequentes, cansaço e falta de ar frequente e/ou dor abdominal e inchaço persistente.

Esses sintomas podem indicar complicações da cirurgia, sendo recomendado ir para o atendimento de emergência para tratar e prevenir maiores complicações.


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